Émile Durkheim, um dos fundadores da sociologia moderna, dedicou sua obra a compreender a natureza da sociedade e sua influência sobre os indivíduos. A questão central que permeia seu pensamento é qual era o pensamento de Durkheim sobre a sociedade: como a sociedade se constitui, como mantém a coesão, e como molda o comportamento e a consciência de seus membros. Sua abordagem, marcada pelo positivismo e funcionalismo, buscava estabelecer a sociologia como uma ciência empírica, com leis próprias e um objeto de estudo distinto da psicologia e da filosofia. A análise da sociedade, para Durkheim, era fundamental para entender os problemas sociais e propor soluções baseadas em conhecimento científico. A relevância de seu pensamento reside na sua capacidade de fornecer uma estrutura teórica robusta para a análise das estruturas sociais e suas dinâmicas, influenciando diversas áreas do conhecimento e práticas sociais até hoje.
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A Sociedade como Realidade Sui Generis
Durkheim concebia a sociedade como uma realidade "sui generis", ou seja, um tipo de realidade que não pode ser reduzida às características individuais de seus membros. A sociedade, para ele, é um sistema de ideias, sentimentos e práticas que existem independentemente dos indivíduos e que exercem sobre eles uma coerção social. Essa coerção se manifesta através de normas, valores e instituições que moldam o comportamento individual e garantem a ordem social. Um exemplo claro é a linguagem: um indivíduo aprende a falar a língua de sua sociedade, e essa língua o molda e o limita, ao mesmo tempo que permite a comunicação e a integração social. A compreensão da sociedade como uma entidade distinta e coercitiva é fundamental para o pensamento durkheimiano.
A Consciência Coletiva e a Solidariedade Social
Um conceito central no pensamento de Durkheim é o de "consciência coletiva", que se refere ao conjunto de crenças e sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade. Essa consciência coletiva é o que une os indivíduos e lhes dá um senso de pertencimento. Durkheim distinguia dois tipos de solidariedade social: a solidariedade mecânica, típica das sociedades tradicionais, baseada na semelhança entre os indivíduos e na forte consciência coletiva; e a solidariedade orgânica, característica das sociedades modernas, baseada na divisão do trabalho e na interdependência entre os indivíduos, com uma consciência coletiva mais fraca e individualidades mais desenvolvidas. A transição de uma solidariedade mecânica para uma solidariedade orgânica é um processo complexo que pode gerar anomia, um estado de ausência de normas e valores que leva à desintegração social.
O Método Sociológico e o Estudo dos Fatos Sociais
Durkheim defendia a aplicação do método científico ao estudo da sociedade, buscando estabelecer a sociologia como uma disciplina empírica. Para ele, o objeto de estudo da sociologia são os "fatos sociais", que são maneiras de agir, pensar e sentir que apresentam a propriedade de existir fora das consciências individuais e de exercer sobre elas uma coerção. Os fatos sociais devem ser tratados como "coisas", ou seja, como objetos de estudo objetivos e externos ao pesquisador. Um exemplo clássico de fato social é o suicídio, que Durkheim analisou estatisticamente, demonstrando que as taxas de suicídio variam de acordo com o grau de integração social dos indivíduos. A identificação e análise dos fatos sociais, utilizando um método rigoroso, era essencial para a validação científica da sociologia.
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Anomia e a Patologia Social
A anomia, no pensamento de Durkheim, representa uma patologia social, um estado de desregulação em que as normas e valores que orientam o comportamento individual se tornam incertos ou inexistentes. Esse estado pode surgir em momentos de crise social, como guerras ou revoluções, ou em períodos de rápida mudança social, como a industrialização. A anomia leva à desorientação, à frustração e ao aumento das taxas de suicídio, como demonstrado por Durkheim em sua obra "O Suicídio". A análise da anomia é crucial para entender os problemas sociais das sociedades modernas e para propor soluções que visem a restabelecer a ordem social e a integração dos indivíduos. Para Durkheim, a compreensão e superação da anomia era crucial para o bem-estar da sociedade.
A principal diferença reside na base da coesão social. Na solidariedade mecânica, a coesão deriva da semelhança entre os indivíduos e da forte adesão a uma consciência coletiva comum. Já na solidariedade orgânica, a coesão surge da interdependência funcional dos indivíduos em uma sociedade com alta divisão do trabalho.
Um fato social é definido como toda maneira de agir, pensar e sentir que exerce uma coerção externa sobre os indivíduos. É geral em uma dada sociedade e existe independentemente das manifestações individuais.
O estudo do suicídio demonstrou a possibilidade de aplicar o método científico ao estudo dos fenômenos sociais e de identificar as causas sociais do suicídio, refutando explicações puramente psicológicas ou individuais. Serviu para consolidar a sociologia como uma ciência autônoma.
A anomia surge em contextos de rápida mudança social ou crise, quando as normas e valores tradicionais perdem sua validade e novos sistemas de regulamentação ainda não foram estabelecidos. Suas consequências incluem desorientação, frustração, aumento das taxas de suicídio e desintegração social.
Para Durkheim, a educação tem o papel fundamental de transmitir a consciência coletiva e os valores morais da sociedade às novas gerações, garantindo a coesão social e a continuidade da ordem social. É um processo de socialização essencial.
A divisão do trabalho, ao gerar interdependência entre os indivíduos, leva ao desenvolvimento da solidariedade orgânica, característica das sociedades modernas. Essa interdependência exige um sistema de regras e instituições que regulem as relações sociais e garantam a ordem.
O pensamento de Durkheim, ao analisar qual era o pensamento de Durkheim sobre a sociedade, permanece relevante para a compreensão dos desafios sociais contemporâneos. Sua ênfase na importância das estruturas sociais, da coesão social e da regulamentação para o bem-estar da sociedade oferece um valioso quadro teórico para a análise de problemas como a desigualdade social, a violência, a desintegração familiar e a crise de valores. A pesquisa sociológica continua a se inspirar em seus conceitos e métodos, buscando aprofundar a compreensão da complexidade das relações sociais e a propor soluções para os desafios do mundo moderno. Estudos futuros poderiam se concentrar na aplicação das teorias de Durkheim em contextos específicos, como a análise das redes sociais digitais ou a avaliação de políticas públicas.